sábado

Um sonho traduzido em palavras...

O lugar era cheio de atrações perigosas, e as crianças eram atraídas a brincar ali. William e Paola navegavam em um mini navio, controlando sua direção para que não caíssem no precipício que se estendia em torno da sala. Avistaram uma piscina e acharam divertido levar o navio para navegar na água, mas, ao tocar a superfície, o navio afundou e eles se viram sem socorro. William se agarrou em estacas que se projetavam na água da piscina, e, com muito esforço, saíram daquela correnteza.

Havia um homem, meia idade - talvez um pouco menos que isso – que era responsável por cuidar das crianças naquele ambiente, mas, acredito eu, que, como os outros funcionários daquele hotel, ele era sem a melhor das intenções. Observava tudo com a maior naturalidade e não se prestava a mexer um dedo sequer.

A noite adentrou e William e Paola resolveram subir para os seus quartos individuais. Dentro daquele enorme prédio, existiam vários hotéis, cada separado por portas e escadarias imensas. Eles caminharam pelos aposentos e encontraram sua mãe Paula no caminho. O hotel que se hospedariam se chamava Hotel do Amor, e, Paula não cansava de proferir que preferia estar no Hotel dos Livros.

Cansaram a procurar seu hotel, até que, Paola avistou uma mulher loura virando a porta a sua frente a fim de que desenhos de corações e a escrita “Hotel do Amor” se projetasse da madeira. Paula a perguntou:

- O que muda quando é a porta decorada?

- Aumenta de cinco pra dez por cento. – disse a loura.

- Ah ta! – Paula finalizou entrando no aposento.

William e Paola se demoraram a entrar, mas, quando o fizeram, Paola se viu ao lado de uma amiga e se perguntou onde estaria seu irmão. Elas adentraram a sala e a mulher loura se encontrava digitando qualquer coisa em sua escrivaninha, enquanto jovens permaneciam sentados ao redor de uma mesa oval branca. Atravessaram o corredor e cada uma deu de cara com a porta de seu quarto.

Paola achou peculiar o fato de que, em cada porta, datas estavam talhadas na madeira. Na sua, estavam escritos números romanos que ela não identificou muito bem. Na porta de sua amiga, a data era escrita no formato tradicional. Paola se questionou:

- Será que ao entrarmos no quarto voltaremos no tempo para a data talhada na porta? –

Mas, ao abrirem as portas, visualizaram um enorme aposento com tudo de que mais gostavam. Descobriram, também, que os seus quartos se conjugavam, e, ficaram felizes em poderem dividir a noite. Porém, ao analisar os objetos de seu quarto, Paola estranhou a presença de uma coleção de facas de diversos tamanhos que se encontrava em cima da mesa. Disse à sua amiga:

- Vamos jogar essas facas pela janela, pois, se voltarmos no tempo, pessoas virão aqui e coisas perigosas podem acontecer. –

Caminharam até a enorme janela que estava coberta apenas por um tecido branco e fino. Elas avistaram funcionários do hotel caminhando no pátio, lá embaixo. Puseram a cortina à sua frente a fim de que ninguém as enxergasse, porém, ao esperarem o momento certo de atirar as facas, pessoas começaram a entrar em seus aposentos, e, no desespero de se livrar daqueles objetos, jogaram as facas para baixo sem ao menos verem onde haviam caído.

Greici apareceu ao lado de Paola:

- Oi! – Disse animada.

- O que tu ta fazendo aqui, guria? – Paola espantou-se.

- Ué, hoje é o dia em quem nos conhecemos, faz dez anos.

- Ta maluca?! Faz dois anos que nos conhecemos.

- Estamos no ano de 1998. – Greici corrigiu.

Abismada, Paola observou antigos amigos e colegas adentrando o local, e, percebeu que, o pátio que antes se localizava uns trinta andares abaixo, agora estava no mesmo plano que seu quarto. As pessoas começaram a recolher as facas espalhadas no chão e vieram para cima uns dos outros. Na esperança de encontrar o seu irmão, Paola gritou:

- Todos que se chamam William venham até mim. –

Um punhado de Williams veio em sua direção, e, um deles estava com o rosto e cabelos cacheados pintados de branco, o que o fazia parecer uma ovelha. Mas, seu irmão não estava junto deles.

Paola e sua amiga começaram a sentir perigo na situação, mas, ao tentarem fugir pelo corredor de onde vieram, ele não estava mais lá. No lugar, duas portas, sendo que uma delas era feita de grades. Porém, elas estavam abertas. Elas correram tentando uma fuga, mas, o fim da linha era a sala da loura, que ainda digitava incansavelmente.

Uma menina viera atrás de Paola e tentou acertar três facas nela, porém, errou todas quando Paola se abaixou. Paola aproveitou para pegar as facas que estavam no chão e acertar a menina, tentou e conseguiu acertá-la uma vez. A faca atravessara sua mão e a carne exposta fez jorrar sangue pelo chão. A loura continuava inflexível no seu computador. Paola e sua amiga aproveitaram para atravessar a sala e encontrar a saída, e, então, se viram novamente de frente às enormes escadarias.

Crianças de pijama e ursos de pelúcia nas mãos desciam correndo as escadas, e, Paola imaginou que fosse o passado de outro alguém que se projetava à sua frente.

- O que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou à elas a fiscal do hotel que perambulava os corredores.

- Estamos junto com as crianças. – Paola logo disse.

E então, correram escadarias abaixo atrás das crianças, mas o que não sabiam, era que o tempo regredia cada vez mais a medida que desciam, e, passaram por todos os aposentos e escadarias até que chegassem ao solo, quando já não existiam mais.

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Estudante de Administração de empresas, apaixonada por livros, cores e músicas. Começou no mundo literário escrevendo contos de suspense. Possui a arte como hobby. Desenhista, pintora, escritora e sonhadora.